quinta-feira, julho 19, 2007

Insônia

Imagem tirada da net -(insonia de jfmarq)

Olho ao lado e percebo a luminosidade da rua por entre os quadradinhos da persiana... Eis uma coisa que me deixa calma e descansada: ver, na penumbra, pequenas frestinhas de luz que teimam em entrar pela janela. Sinto-me segura... acalma meu coração. Sinto-me viva.
A noite já vai avançada e eu estou a rolar pela cama. Meus lençóis estão enrugados. Meu travesseiro acompanha a mesma situação, surfando nas ondas formadas pelos meus movimentos intermitentes, virando de um lado para o outro. Dói-me a cabeça... sinto um mal estar... percebo que o pobrito está tão amassado que se tornou endurecido... resta-me dar um sorriso e arrumá-lo...
Ponho-me a pensar... minhas mudanças de hábito, meu trabalho, minha vida... Flutuo nas nuvens do abandono, permitindo-me sonhar com um futuro promissor, onde todas as minhas fantasías se concretizam. Ando pelos campos, de mãos dadas com algum amor, sento-me ao seu lado para discorrer sobre os acontecimentos diários, escuto suas palavras a me orientar nas dificuldades que uma mulher sente ao estar sozinha a educar um filho adolescente. Permito-me a felicidade que virá... Deixo-me vaguear pelos lugares andarilhos, aqueles onde o pobre insone sempre anda, a contar ovelhinhas para entregar-se ao descanso. Sonho com cachoeiras no verão e uma lareira no inverno... Junto a família em uma festa agradável... resolvo todos os problemas de uma só vez. Termino o layout que tinha de terminar mas encontrei dificuldades... Vou ao médico pedir um remédio para a dor.... faço exames na semana que vem...
E, assim, vou cumprindo todas as minhas tarefas, para que possa me sentir completamente realizada... mas o sono não vem.
Olho novamente para os raios da lua cheia, que entram e se infiltram no quarto, mostrando cada detalhe dos moveis e sua localização... E, sem notar, começo a cantar uma melodia...
Ela surgiu na minha cabeça... e, aos poucos, ela vai tomando forma e sendo balbuciada, murmurada... em minha mente, instrumentos começam a harmonia... cada um em seu tempo... no seu tom, em seu espaço. Junto à eles a minha voz interior... e outras vozes, que se complementam. Um back vocal, perfeito, une-se a tudo e o coral está formado. Mas suave, como o momento exige...
Meus olhos vão fechando. Pausadamente. Nem dou-me conta...
A canção continua... o sono aponta na porta do quarto e diz que quer entrar... Mal me apercebo que ele se aproximou e está tomando conta de mim. Meu corpo sente o relaxamento que a melodia impôs. Meus braços, minhas pernas... nem me lembro do lençol que está amassado...
Não sinto mais dor. A melodia continua, sempre suave e calma... e eu a cantar...
e eu a cantar...
e eu a...
e eu ...
e...
...

by Miriam, em texto... não mais poesia.

Insônia

À espera do amanhecer
deito minha cabeça ao léu
e flutuo nas nuvens do abandono.

Discorro traçados de vida
e mudanças de hábito.
Fecho cadeias e abro horizontes.

Meus sonhos lançam-se
às amarras da plenitude
e esvoaçam por entre as horas

Mudo de posição...
viro-me..
quero dormir...

Uma melodia suave
invade meus pensamentos...
quedo-me a balbuciá-la...

Murmurando, em calma,
cerro meus olhos, lentamente...
o descanso esperado chegou.

by Miriam, descansado do trabalho e da dor de cabeça.

quarta-feira, julho 11, 2007

Uma poesia a duas mãos

Ontem foi publicada no Madrugada, Blog do meu amigo Luis Mendes, uma poesia que fizemos juntos.
Luis, mui delicadamente e com a gentileza que lhe é peculiar, convidou-me a fazer uma poesia juntos. Eu, embora tenha dito e saiba que não tenho inspiração para poemas, aceitei o desafio. Fizemos uma primeira, que publicarei mais tarde, e depois esta segunda. Mas a minha contribuição foi muito modesta. Apenas duas estrofes. Deixo os méritos da poesia para meu amigo.
Grata, Luis. Obrigada por, na tua desinteressada amizade, me considerares capaz de te fazer par em uma criação, com a qual inauguraste uma nova etapa do teu Blog.
Eis, aqui, a poesia:


O RECANTO

A noite é a minha frágil presença.
No meu peito reside a dor;
aquando as minhas mãos vazias
se fecham.

Uma cálida melodia
envolta em penumbra e arte
enlouquece minha mente
na lembrança do que já foi.

E nada me impede
que nesta lúcida
resistência,
eu perpetue a minha voz
enaltecendo dúbias madrugadas.

Mas hoje, na noite infinda
onde rumo pelos prados da insónia,
busco o teu corpo entre os lençois,
e sufoco um grito de paixão.

Pois tudo mudou nos recantos
das brisas que não trazem a incálculavel
presença do conceito de amor.

Devolve- me por inteiro
a esperança de te amar
sem dor.

Quero viver
as minhas noites
no recanto...

do amor.


by Miriam

domingo, julho 08, 2007

Mais um dia de Maria

Já passava da meia-noite. Maria estava cansada. Embora não tivesse trabalhado, após às 6 horas da tarde, estava estudando. Suas aulas estavam atrasadas. Como muitas outras coisas... Pois não conseguia tomar a devida conta de tudo. Mas, aos poucos, faria seu dever.
A chuva lá fora caia sem descanso. O Inverno era implacável nestes dias nos quais preferimos ficar quietos em casa.
Estava na hora de apagar o PC e descansar. Ainda estava a escutar suas músicas. Elas lhe acalmavam.
Maria olhou para o lado. Sua cachorrinha já brincava... estivera com uma imensa dor de ouvido. Medicada, tomara conta do colo de Maria até se sentir mais forte e sem dor. Agora, com sua saúde melhorada, estava a correr pela casa.
Assim somos nós... Quantas e quantas vezes pensamos que não vamos aguentar de tanta dor. Quantas vezes somos obrigados a nos escondermos do tempo, da chuva, do inverno, porque nossa dor parece não ter fim? Quantas vezes nos sentimos incapacitados a seguir, tomando o momento por uma insuperável barreira? E, com o remédio na mão, Deus nos mostra que ELE pode mudar a dor em alegria. A barreira em estrada plana. A chuva em um belo dia de sol.
Maria já sofrera muitas "dores de ouvido" e seu Deus aplacara a dor com o remédio certo, na hora certa. Só fora preciso confiar. E se entregar.
Por isto que Maria sempre se viu feliz, embora tantas tribulações. Porque, as tristezas, sabia-as momentâneas e superadas, mesmo sem a noção do tempo exato da cura.
...Estavam começando novos raios e trovões.
Era tempo de desligar o PC.
Era tempo de adormecer.
Maria assim fez. Amanhã seria mais um dia de trabalho e estudo. Amanhã seria mais um dia feliz.

by Miriam - (está na hora).

quarta-feira, julho 04, 2007

Desculpem-me a ausência

Hoje me dei um tempo.. pouco. Uns 15 a 20 minutos de descanso, para poder entrar aqui e falar com meus amigos , que tão gentilmente me visitam e deixam comentários.
Nestas últimas semanas meu trabalho aumentou - com a graça de Deus - e estou completamente sem tempo para visitar os Blogs e retribuir as palavras tão amáveis que me deixam.
É do conhecimento de todos o tempo que gastamos quando pulamos de janela em janela, de Blog em Blog, a ler maravilhas (porque em todos que eu visito só vejo posts magníficos). Gostamos. Paramos. Analisamos. Relemos... Nos colocamos em concentração e fazemos uma análise do que lemos. Esta análise se baseia em imagens, palavras... silêncio... espaços em branco... espaços preenchidos. Só assim conseguimos fazer um comentário que seja adequado ao post que estamos lendo no momento. E, sim, isto leva tempo.
Um minuto que deixo de trabalhar estou perdendo dinheiro. Não posso me dar o prazer de viajar com vocês. E jamais murmuraría contra isto. Porque trabalho é uma benção de Deus.
Peço, então, que vocês me entendam. Entendam que eu não os visito, mas estou com saudades. Não comento, mas as palavras que digo para todos estão borbulhando, querendo sair e se postar nos comentários dos posts feitos a cada dia. Não viajo pelas janelas, mas meus olhos sonham em estar em cada cantinho onde eu os encontro. Porque a saudade é imensa.
Prometo que assim que puder estarei com vocês. Deixando minha amizade, meu amor, meu carinho. Porque é assim que me sinto em relação a todos.
Deus os abençoe.
Beijos
Miriam

by Miriam, num intervalo. Saudades.

quarta-feira, junho 27, 2007

Um selo que me deixou feliz.

Fui agraciada com este selo, pela Alexandra , do Blog A Kind of Magic.
Agradeço a nomeação. E deixo aqui o selo.

Os meus escolhidos são:

1 - A Kind of Magic II -
2 - Alem do Horizonte -
3 - O desabrochar de uma simples Flor -
4 - Humores -
5 - De proposito-
6 - Red Grine & Blue -
7 - Girassol -

Eu teria muitos outros a nomear. Mas, de alguma forma, o número de escolhas limita nossa mente. Assim, posso afirmar que eu nomaría todos os Blogs por onde ando. Pois eles me dão prazer ao participar da leitura de seus posts. Parabéns a todos.

O regulamento das "7 maravilhas da blogosfera" é:
1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês [os outros esperem por outra ideia brilhante que alguém irá ter].
2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.
3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:
- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);
- Os votos no blog O Sentido das Coisas.
No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.
Regulamento e iniciativa do blog O Sentido das Coisas.

Obrigada.
Miriam

sexta-feira, junho 22, 2007

Sem tempo

Caros amigos.
Estou sem tempo para fazer posts e saudosa.
Deixem um "alô".
Deus os abençoe, abundantemente.

by Miriam, roubando dois minutos do trabalho.

quinta-feira, junho 14, 2007

Quer um cafezinho?

A chuva fina batia nas janelas, com a força do vento. O dia escuro anunciava o temporal que estava se formando.
Maria olhou ao redor para ver se podería diminuir o frio que estava sentindo. A posição de trabalho, na qual permanecia sempre sentada, congelava seus pés.
Juntou as mãos, numa tentativa de aquecê-las. Pouco adiantou... Decidiu, então, pegar a estufa e ligá-la.
Dirigiu-se para a outra peça e, no meio do caminho, resolveu fazer um cafezinho. Quentinho... daqueles que nos reanimam quando o frio parece que não vai dar tréguas.
Entrou na cozinha. Calmamente, encheu a chaleira e colocou no fogo. Enquanto esperava resolveu agradecer a Deus pelas imensas graças que estava recebendo. Curas, libertações, bençãos das mais variadas. Maria se considerava feliz. Mesmo com seus problemas diários... poucas coisas... nada que a abalasse muito. Algumas tristezas, algumas lágrimas de preocupação... coisas normais, de uma pessoa normal.
Colocou o café até a metade da xícara. Juntou as mãos, com a xícara quente entre elas... coisa boa!!!! Que momento agradável. Que sensação de plenitude e paz.
A vida é simples. Coisas simples nos alegram, nos fazem sentir a sua beleza. Se olharmos para a natureza, de uma forma isolada, o dia de hoje de Maria sería um dia triste... nublado.. escuro. Mas, se olharmos a natureza de uma forma total, veremos que este hoje é o complemento do ontem e do amanhã. Que as flores da primavera se complementam com as folhas amareladas do outono... o frio do inverno se complementa com o calor escaldante do verão...
Assim é nossa vida... devemos percebê-la como um todo. As tristezas do ontem fazem com que possamos sentir, intensamente, a alegria e a paz do hoje.
Maria olhou novamente para a rua, por entre as aberturas da janela da cozinha... a chuva, lá fora, continuava. Era um chuvisco fininho... tocado a vento. No seu vocabulário de cultura gaúcha chama-se "inverneira". O calor do café estava se espalhando pelo corpo. Estava ficando mais atenta... e era hora de voltar ao trabalho.
Largou a xícara sobre a bancada da pia. Voltou-se e saiu a passos...
Assim é a vida... assim é a felicidade.
Simples.

by Miriam, numa tarde de outono

quarta-feira, junho 13, 2007

Uma viagem

Estava cansada... precisava descansar.
E o feriadão era a oportunidade ideal para isto. Viajaría... tomara esta decisão.
Maria pensou que uns dias ao lado de seus filhos e sua mãe a deixariam em forma. E assim fez.
A paisagem era a mesma... as árvores a cumprimentavam com alegria, os habitantes do campo, tantas e tantas vezes percorrido, a olhavam e chegavam perto, como a dizer que estavam com saudades...
Maria pensou... porque a vida seguia rumos tão distintos dos nossos sonhos, das nossas vontades?
Ali, naquele cantinho, cada janela mostrava uma paisagem que gritava as verdades vividas no passado...
Não ficara na casa da sua mãe, nem da que fora sua... Ficara na casa da sua filha que, com tanto carinho, a acolhera. Que maravilhosos momentos vividos à três. Maria e seus filhos... Filmes assistidos, risadas sinceras, amor verdadeiro distribuido em sorrisos e atitudes de compreensão e calor humano.
Mas tudo passa... e o feriado também termina. E Maria voltou...
Seu trabalho estava atrasado... sua casa fechada pedia a luz do sol. Embora esta necessidade, três dias após seu retorno ainda não apareciam os raios de luz... apenas neblina e chuva.
Maria precisava trabalhar... e logo que chegou assim fez. Arrumando casa, malas, vendo e-mails atrasados, etc. Uma vida comum... atividades comuns... uma pessoa comum.
Sonhava, agora, por outro feriado, por outros dias de tão maravilhosos encontros. Sabia ser necessário esperar. E esperava... com sorrisos e surpresas variadas.

Obrigada pela rosa enviada no dia especial. Talvez eu não seja a pessoa certa (ou a pessoa que gostarías), para poder retribuir da forma que mereces. Estarei aqui, a esperar mais rosas, mais surpresas. Quando quiseres. Quando puderes.


by Miriam, numa explanação simples de uma vida simples.

terça-feira, junho 05, 2007

O descanso de Maria

Sentou-se, após o almoço, a tomar seu cafezinho. Era um momento de raro prazer. Um ritual que se repetia à cada dia. No verão, para despertar, em virtude da "moleza" que o calor provoca. No inverno, o calor da xícara, entre as mãos, aconchegava e permitia uma agradável sensação de proteção contra o rigor do clima.
Lentamente, numa quase sonolência, se permitiu encostar a cabeça e fechar seus olhos. E lembrou de seus amigos blogueiros.. sorriu. Eram especiais.
Maria, em seus raros momentos de descontração e descanso, perambulava pelos mundos, pulava horizontes, chegava em lugares que queria e/ou lhe chegavam ao acaso... E , num destes lugares, viu respostas para cada um de seus posts, e outros posts, em forma de poesias. Viu poetas que, embora séculos atrás, haviam vivenciado os mesmos fatos. E percebeu a razão. O Homem, em sua essência, é igual. Sofre as mesmas dores, vive os mesmos sentimentos.
Num gesto de compreensão, porque nada acontece na nossa vida ao acaso, e porque todo sentimento fica de uma forma ou de outra, entendeu que era preciso esperar. Esperar para que a poesia falasse toda a verdade da vida... esperar para que o texto demonstrasse fatos acontecidos e fatos que ainda estão por acontecer...
Muitos amigos foram conquistados. Muitas pessoas olharam em seus olhos... muitos meses se passaram... E, por tantos "muitos", a certeza de que está perto do encontro... aquele encontro que faz superar tudo que passou... de forma que fique na lembrança apenas os fatos agradáveis. De forma que novos caminhos, novos horizontes, mãos nunca tocadas, nunca vislumbradas, neste tempo passado, estarão carregando rosas para lhe entregar. E que o perfume que exalarão, inundará vidas e tempo, na completa manifestação do amor.

by Miriam, numa tarde fria de outono, com o sol a aquecer seu coração.

domingo, junho 03, 2007

Rosas Vermelhas


Foto recebida por e-mail

Era dia dos namorados...

Rose olhava melancólica para o vaso em que costumava colocar as rosas vermelhas que chegavam todos os anos, naquela data especial. Rosas vermelhas eram as suas favoritas e todo ano seu marido as enviava, atadas com lindos enfeites.

Rose foi retirada de seus pensamentos pelo som da campainha. Atendeu a porta e lá estava o buquê de rosas vermelhas...

Com os olhos marejados de lágrimas, ela leu o cartão que dizia, como nos anos anteriores: "Seja minha namorada".

Cada ano ele enviava rosas e o cartão sempre dizia: "eu te amo mais este ano do que no ano passado. Meu amor por você sempre aumentará com o passar dos anos."

Ela sabia que aquela seria a última vez que as rosas apareceriam, pois seu marido já havia morrido há quase um ano.

Rose pensava: "ele encomendou as rosas com antecedencia". Seu amado marido não sabia que não estaria mais ali naquele dia...

Ele sempre gostou de preparar as coisas com antecedência, pois se estivesse muito ocupado tudo funcionaria perfeitamente.

Ela ajeitou as flores e colocou-as no vaso especial.

E depois, colocou o vaso ao lado da foto sorridente do esposo querido. Sentou-se, por horas, na cadeira favorita dele enquanto olhava para sua fotografia e admirava as rosas que ele lhe enviara.

Mais um ano se passou e tinha sido difícil viver sem seu companheiro.

Era dia dos namorados outra vez e então, na mesma hora de sempre, como no dia dos namorados anteriores a campainha tocou e lá estavam as rosa, esperando em sua porta.

Rose levou-as para dentro e as olhou chocada. Então, foi ao telefone e ligou para a floricultura. O dono atendeu e ela perguntou-lhe se poderia explicar porque alguém faria isso com ela, causando tanta dor?

"Eu sei que seu marido faleceu a mais de um ano, disse o dono. Eu sabia que a senhora ligaria para saber."

Pois bem, as flores que recebeu hoje, foram pagas adiantadas. Seu marido sempre planejou adiante, não deixava nada imprevisto.

Existe um pedido que eu tenho arquivado e que ele pagou adiantado. A senhora vai receber as rosas vermelhas todos os anos, até que a sua porta não mais atenda. Essa foi a recomendação do seu marido.

Rose sentiu-se reanimada. Agora olhava as flores e pensava nos últimos momentos felizes que passara com aquele homem singular, que não deixara de ser gentil e carinhoso, mesmo depois de não estar mais fisicamente ao seu lado.

.............................................

Se por acaso o céu dos seus sorrisos está com as estrelas da alegria apagadas pela saudade daqueles que se foram, ofereça-lhes, você, as rosas da gratidão pelos momentos felizes que o ser querido lhe permitiu viver.

Não deixe que as lágrimas lhe impeçam de ver as estrelas da esperança de um novo encontro, num amanhã feliz que não tarda a chegar.

Conserve a certeza de que o amor é eterno tanto quanto a vida, e jamais se perde.

Lembre-se que Jesus foi o grande propagador da imortalidade, pois atravessou o túmulo e voltou, exuberante, legando à humanidade a prova de que a vida é indestrutível, tanto quanto o amor.


mensagem recebida por e-mail - "Momento de Reflexão"

O amor é eterno e jamais se perde... pode mudar de objeto, mas não de intensidade. E nossas rosas estão nas mãos de Jesus, que as enviará quando for o momento certo, com a pessoa certa.
by Miriam


sexta-feira, junho 01, 2007

I need more!

Naquele dia em que eu fui eu, e não Maria, recebi a mensagem. Entendi, creio, parte do recado, que se confirmou no meu ontem. Porque, quando menos esperamos, estamos sujeitos à surpresas...
Naquele dia em que sentia a vida como caos, o caos do tudo... percebi a presença.
Hoje posso dizer que ainda é tempo... que sempre vai ser tempo. E que o silêncio pode ser espera... e que o falar não depende só de mim.
Estarei sempre pronta para o AMOR. Estarei sempre vivenciando o AMOR. Porque somente ele pode me dar forças para seguir adiante.
Deixo, aqui, a letra de uma música que, sinceramente, nunca foi do meu maior agrado - a melodia. Mas que a letra é de uma profundidade que nos leva a pensar...
Agradeço a um amigo que me enviou um e-mail que tinha esta música. Eu tive a curiosidade de pegar a letra e traduzí-la... lembrando meus tempos de menina, quando meu Inglês era fluente.


What can I say
there's an empty where your love
filled my life and I know.
That a part of you will always be a part of me.

One summernight
and the sky is full of wishes
that won't arrive.
How can I be in a world without your eyes
to look at me.

No more Boleroes
No more nights to dance the dance of love
Only lonely hearts
no more Boleroes
I hear the song
and your arms always make me feel so warm
now you're gone I'll be dancing on alone.

No more Boleroes
No more nights to dance the dance of love.
Only lonely hearts
no more Boleroes.


by Miriam, com vontade de dançar.

sábado, maio 26, 2007

Banco de Jardim - o Paraíso.



Maria caminhara muito... Ainda era madrugada, quando saíra para a vida... As estradas lhe pareciam infindáveis. O caminho era de uma beleza impar, mas seus pés estavam cansados.
O cansaço tomara conta de seu corpo e seus sonhos lhe pareciam impraticáveis. Sua persistência em seguir a caminhada, em lutar, tinham, em contrapartida, um efeito desastroso na sua vida. As vezes cansava. Cansava demais.
Lembrou que nunca havia descansado, nadica de tempo, de suas responsabilidades de mãe e responsável pela família. Nunca pode dividir as preocupações... com doença, casa, andamento de tudo... e sua caminhada era dura e áspera, neste tempo todo de vida e caminho, entre estradas e pedregulhos.
Olhou as árvores que a rodeavam... coloridas... mas a estrada estava negra. Sinal de solo fértil. Mas, em sua mente, sinal de dor e exaustão. Porque não podia sentar ali... havia umidade... havia terra preta, que mancha. E ela queria descansar...
A suave brisa, que corria por entre as árvores, brincava com Maria... dizia seu nome, imitava os passarinhos, carregava o cheiro da terra molhada pelo orvalho. Balançava seu cabelo, levando-os aos olhos... como que para mostrar que ela não podería ver aquela paisagem assim. Pois, naquele bosque, a estrada tinha que demonstrar sua fertilidade, que o caminho tinha que ter pedras e curvas... e que, em todo caminho, lá estava ele a acompanhar e a brincar com Maria...
Sorriu...
E a brisa, novamente, em uma golfada, levou seu cabelo aos olhos... e Maria sentiu... percebeu que tinha que olhar para dentro de si. E que ali dentro a paisagem era igualmente linda. Ali havia esperança, que controlava a fraqueza. Havia garra, que controlava a solidão. E havia um coração, que a impulsionava a amar. Amar a vida... Amar a cada dia.. a cada estrada... a cada lágrima derramada, a cada exaustão, a cada fraqueza... porque, sem elas, não seria vida.
Afastou a mecha de cabelo de seu rosto... aquele gesto era significativo.
Embora alguns fios ainda teimassem em se esticar pelo rosto, tentando alcançar a outra face, ela conseguiu vislumbrar a paisagem que se descortinava atrás da curva...
Cada um a vê de um modo diferente... Mas, para ela, naqueles dias de fraqueza, era uma paisagem a ser descoberta, ainda... e os primeiros sinais lhe indicavam que seria um belo horizonte.
Ainda fraca, ainda querendo "só descansar", seguiu em frente... A brisa lhe avisava que ali... logo ali.... faltava muito pouco... havia um banco. Um banco de jardim! Um paraíso.

by Miriam, na espera do encontro do "banco de jardim".

segunda-feira, maio 21, 2007

Só...


Só.
Sem forças...
Sem vontade...
Sem ânimo.

Quero:
- descansar!

Só.
Ausência...
Abandono...
Lágrimas....

Quero:
- descansar!

Só.
Peso...
Responsabilidade...
Vazio...

Quero:
- descansar!

Só.
Pedra.
Dor que mata.
Dor...


Quero:
- descansar!
             Só.

sábado, maio 19, 2007

Nada

Nada...
Nada...
Nada...

O caos do tudo...
O caos da vida...
O caos...

Escuro...
Triste...
Sombrio demais...

Cansaço...
Exaustão...
Desespero...

Fim...
O que acaba...
O que não existe...

Cansaço...
Exaustão...
Desespero...

Escuro...
Triste...
Sombrio demais...

O caos do tudo...
O caos da vida...
O caos...

Nada...
Nada...
Nada...

by ... (?)

sexta-feira, maio 11, 2007

Hoje não é Maria... hoje eu mesma falo contigo.

Há muito tempo atrás, quando comecei a escrever aqui no Blogspot, no meu Blog cujo nome é Tratos e Poesias, eu estava ligada a ti. Por um imenso amor...
A dor me acompanhava. Havia perdido tua atenção, as tuas palavras - por vezes em telefonemas, por vezes no MSN, por vezes escritas em e-mails. Fazias parte do meu mundo, da minha vida, do meu coração. E isto havia acabado de uma forma brusca, sem me dar tempo de acostumar com a idéia de perda.
Esta música que toca, especial para mim, mostrava toda a minha tristeza, e todo o grito da minha alma, ante tão inesperado fim. Um fim que havia chegado quando eu pensava no grande início... quando eu pensava em ter tuas mãos tocando nas minhas. Teu corpo, enfim, aquecendo meu corpo. O encontro sonhado... olhos nos olhos... e a concretização do que sempre esperávamos, conforme assim pensava.

Escuta a música... escuta como o grito vai, aos poucos se desvanescendo... e acaba... e a música começa, novamente com calma... a tocar... até que, num "gran finale" a suavidade se faz presente... Sim...porque nada mais há a fazer... e termina.

Assim foi meu amor... assim se mostrou todo o sentimento que te dediquei. Depois do grande grito, o "gran finale"... em tudo, igual à música. Este grande grito foi dado aqui, neste Blog. Este grande grito me rasgou o peito e me fez chorar, convulsivamente... como a música... Defini-o como um momento "enlouquecidamente triste!"
... e adormeci... e acordei... Meus olhos estavam inchados demais... meu rosto estava deformado. Olhei-me no espelho e vi que havia acabado. Não eu... não o que acontecera... mas o sentimento!
Hoje, caminhando na rua, com o vento frio a tocar-me o rosto, tentei entender o que havia mudado em mim. Mas não consegui... simplesmente havia te esquecido. Não esqueci a tua pessoa. Claro que não. Não esquecemos o passado, nem as pessoas que foram, de alguma forma, importantes para nós. Mas, havia mudado o sentimento... meu amor acabara. Simplesmente, acabara.

Coloquei esta música aqui, porque minha querida amiga, MJ me falou dela... e fui escutá-la. Lembrei que fora a primeira música do meu primeiro Blog... lembrei o passado. E resolvi te dizer adeus.
Sei que não vais ler este post. Sei que nunca vais tomar conhecimento dele. Mas, aqui está. O fim de um amor, regado a uma suave melodia tocada por um belíssimo piano.
Acabei de sorrir... não tenho mais nenhuma dor. Ainda estou sorrindo... A vitória predita aconteceu. A oração foi ouvida. E a graça foi dada.
Agradeço a Deus por teres passado pela minha vida e me ajudado tanto. E porque, hoje, estou livre da dor da perda. Afinal, nem penso como perda.... mas, sim, como VIDA.


by Miriam, agradecendo a Deus pela graça recebida, por meio da oração.

terça-feira, maio 08, 2007

Maria sou eu... ou eu sou Maria?

Hoje vou comentar sobre as histórias de Maria.
Estive lendo algumas delas. E percebi que Maria supera, sempre, seus sofrimentos. Deixa-nos, aqui, apenas as suas tristezas, porque é onde pode liberar todas as lágrimas que chora e que não pode liberar na sua vida do dia a dia.
Um dia, sei, Maria vai chegar aqui no Blog e deixar um grande e feliz post. Porque estará vivendo outro grande amor. Acredito nisto.
Maria é o tipo de pessoa que retrata todos aqueles que perderam um grande amor. Nela estão todas as dores e todas as reflexões que uma perda pode gerar em alguém.
Maria sou eu... ou eu sou Maria? Esta é a pergunta que peço que todos se façam... O que vocês tem de Maria?
Um dia, num livro maravilhoso, eu li uma frase que transcrevo abaixo:
"Ter fé é crer contra a esperança!"
Esta frase tem me acompanhado desde lá. Porque nunca li alguma coisa tão maravilhosa como isto... numa simples frase.
Crer contra a esperança... eis que Maria supera todos seus problemas e traumas porque "Crê contra a esperança". Embora, humanamente falando, ela não tenha condições de superar seus sofrimentos, ou alcançar seu grande amor (um novo, quem sabe?), Maria, espiritualmente falando, sabe que vai alcançar o que de melhor existe para si. E que, embora as evidências todas dirijam para um total fracasso de vida amorosa, ela sabe que , crendo contra estas evidências, ela chegará à vitória.
Maria é fraca... mas na fé se torna forte e invencível. Maria chora... e é nesta fraqueza que ela galga horizontes e torna-se vencedora. Porque nesta fraqueza ela deixa o Criador agir.
As histórias de Maria, talvez continuem... talvez não. Eis que eu não sei prever. Mas o que posso anteceder, é que Maria venceu... e se tornou "mais que vencedora", no Nome Daquele que a amou e ama.
Gosto demais destes posts. Eles me levam a um horizonte desconhecido, mas real. Inconsciente, mas atuante. Forte, mas que transmitem uma enorme sensibilidade. Particular, mas, indubitavelmente, coletivo.
Gosto de Maria... gostei de escrever falando em Maria...
Quem sabe, no final de todos estes posts, tenhamos um livro sobre as "Histórias de Maria". Um livro que mostrará em palavras, aos que amam sem serem correspondidos, toda a dor de sentir-se uma "Maria". E toda a grandeza da vitória de quem "crê contra a esperança!".

by Miriam, falando um pouco sobre Maria.

sábado, maio 05, 2007

Um sábado de Maria

Resolvera ficar sem fazer nada. Queria descansar. Andava cansada demais. Trabalhava demais. Uma lástima que não ganhava da mesma forma. Mas isto é evidente no país onde mora.
Embora trabalhando demais, sobrou um tempinho para pensar... e pensar...
Chegou à conclusão de que estava superando seu sofrimento. Por mais que ainda lembrasse dele, não era mais a mesma coisa. Havia se dado conta, porque passara por uma situação muito difícil naquela semana... e chorara a falta do seu amor, que tanta força sempre lhe dera... mas não era mais com a mesma intensidade...
Seu sentimento estava se diluindo nas dores da ausência. Seu amor estava flutuando sobre o tempo, que não lhe dera nenhuma resposta. E se afastava com a brisa da desilusão. Calmamente... sem, sequer, notar a distância que estava tomando...
Baixando a cabeça, deixa a derradeira lágrima cair... a lágrima por ter perdido o sentimento... não mais o grande amor de sua vida, não mais a pessoa. Lamentava, profundamente, a perda de um amor tão intenso, que não pudera dedicar... que não conseguira entregar. Lamentava por não sentir mais... tão forte... Lamentava pela aridez que seu coração tomara neste ano todo...
Sim. Em maio... em maio de 2006 perdera seu amor.
Há um ano.... aniversário de um ano de perda... um ano de lágrimas e de incompreensão dos fatos, que até hoje ainda não entendera... ainda não conseguira as respostas.
Mas... como sempre diz... tudo na vida passa. E o sentimento intenso, forte, profundo... que completava seu íntimo, estava se esvaindo no tempo e no espaço. Deixando-a seca e sem esperança de viver outro sentimento assim. Acabara. Fim. E pronto.
Olhou para cima... e viu estrelas no céu, pela vidraça. A chuva que caira torrencialmente todo o dia estava se afastando. E, no céu, começava a aparecer o brilho da lua.
Maria sabia que tinha que continuar a viver... e que continuaría. Mas também sabia que não amaria mais da mesma forma...
Diria mais uma vez o nome dele... Gritaría com o coração as cinco letras... Quem sabe, pela última vez, ele escutasse este grito do coração e impedisse o fim do amor...
Mas ... riu-se do pensamento... Sabia que este fim era o seu desejo há mais de um ano. E que a sua derrota era a vitória que ele sempre sonhara alcançar.

by Miriam, num sábado à noite. Mas numa Noite de Outuno.


quarta-feira, abril 25, 2007

Enlouquecidamente triste...



Maria chorava muito... mas muito. Nada a consolava. Nada. Sua dor não tinha cura nem fim. Um amor desfeito, um amor terminado. Estava só. Muito só. Muito fraca...
As lágrimas estavam jorrando para fora todas as preocupações da vida, do trabalho, suas preocupações de mãe, de responsável pela família. Mas, acima de tudo, toda a impotência de não ter seu amor.
Tudo estava turvo... sem graça. Não existia mais futuro, nem sonhos, nem nada... nada mesmo. Sentia-se claramente desiludida de viver. O mundo perdera seu colorido, suas formas. E, no amorfismo deste mundo, perdera-se e nunca mais se encontrara.
Suas orações não estavam sendo atendidas... pedia para esquecer, para poder viver novamente. Mas os céus não lhe respondiam - o tempo não era este. Este era um tempo de percepção da intensidade do amor. Um tempo no qual percebera-se amando de uma forma incondicional, tanto aos amigos como aos inimigos. Os últimos, em virtude do tipo de amor, não eram considerados diferentes das pessoas queridas.
Maria viva as experiências da sua vida de forma muito sofrida. Nada era suave. Tudo era intenso... demasiadamente intenso. Fatos que enfraqueciam sua capacidade de superação. Que a tornavam cada vez mais lenta e mais triste. Fatos que a faziam não querer mais sair de seu recanto, onde se escondia da vida.
Sabia-se em um momento depressivo. Sabia que ia passar... como sempre passa... como tudo na vida, conforme sempre diz. Mas o momento era triste... muito triste... demasiado triste... intensamente triste.
... Enlouquecidamente triste.

sexta-feira, abril 20, 2007

... em sua vida!

Um dia quente... abafado... assim estava aquela sexta-feira.
Maria, refriada e com febre, se mantinha calada e estática em frente ao PC. Não conseguia trabalhar. Seu organismo não tinha resistência para qualquer atividade.
Assim era a sua vida... assim sentia a sua vida.
Sentia-se sem resistência. Fraca. Abatida e sem esperança. Embora soubesse que era temporária, esta sensação de impotência emocional e física não lhe permitia raciocinar e sentir-se forte para lutar. Nosso físico influencía o psíquico e/ou nosso psíquico influencía o físico? Para Maria ambas as alternativas eram verdadeiras. Sentia isto na carne.
Lembrando de que estava sozinha, mais uma vez se deparou com a total estranheza de sentimentos. Uma pedra cobria seu coração. Queria ser chamada de "Meu Amor" , queria poder sair em saltos e sorrisos ao encontro do encontro. Mas a pálida ameaça de pensar na possibilidade foi engolfinhada pela crua realidade que a cercava.
Maria, hoje, estava cheia... cheia de tudo e de todos. Com raiva e com amor... com fraqueza e com esperança... nas típicas dubiedades das personalidades doentias.
Sentia-se doente.... e estava doente. A febre se manifestava com mais intensidade... a ponto de a fazer procurar um antitérmico. Já estava cansada de tanto tomá-los. Porque não tinha alguém que os alcançasse?...
E, sem nenhuma coerência de palavras, Maria despediu-se do PC e resolveu fazer repouso... afinal. Para curar uma Gripe nada como "Vitamina C e cama!" Acrescido de muito líquido.
O inverno não chegava... estava demorando demais... assim como tudo em sua vida.

by Miriam