quarta-feira, abril 25, 2007

Enlouquecidamente triste...



Maria chorava muito... mas muito. Nada a consolava. Nada. Sua dor não tinha cura nem fim. Um amor desfeito, um amor terminado. Estava só. Muito só. Muito fraca...
As lágrimas estavam jorrando para fora todas as preocupações da vida, do trabalho, suas preocupações de mãe, de responsável pela família. Mas, acima de tudo, toda a impotência de não ter seu amor.
Tudo estava turvo... sem graça. Não existia mais futuro, nem sonhos, nem nada... nada mesmo. Sentia-se claramente desiludida de viver. O mundo perdera seu colorido, suas formas. E, no amorfismo deste mundo, perdera-se e nunca mais se encontrara.
Suas orações não estavam sendo atendidas... pedia para esquecer, para poder viver novamente. Mas os céus não lhe respondiam - o tempo não era este. Este era um tempo de percepção da intensidade do amor. Um tempo no qual percebera-se amando de uma forma incondicional, tanto aos amigos como aos inimigos. Os últimos, em virtude do tipo de amor, não eram considerados diferentes das pessoas queridas.
Maria viva as experiências da sua vida de forma muito sofrida. Nada era suave. Tudo era intenso... demasiadamente intenso. Fatos que enfraqueciam sua capacidade de superação. Que a tornavam cada vez mais lenta e mais triste. Fatos que a faziam não querer mais sair de seu recanto, onde se escondia da vida.
Sabia-se em um momento depressivo. Sabia que ia passar... como sempre passa... como tudo na vida, conforme sempre diz. Mas o momento era triste... muito triste... demasiado triste... intensamente triste.
... Enlouquecidamente triste.

sexta-feira, abril 20, 2007

... em sua vida!

Um dia quente... abafado... assim estava aquela sexta-feira.
Maria, refriada e com febre, se mantinha calada e estática em frente ao PC. Não conseguia trabalhar. Seu organismo não tinha resistência para qualquer atividade.
Assim era a sua vida... assim sentia a sua vida.
Sentia-se sem resistência. Fraca. Abatida e sem esperança. Embora soubesse que era temporária, esta sensação de impotência emocional e física não lhe permitia raciocinar e sentir-se forte para lutar. Nosso físico influencía o psíquico e/ou nosso psíquico influencía o físico? Para Maria ambas as alternativas eram verdadeiras. Sentia isto na carne.
Lembrando de que estava sozinha, mais uma vez se deparou com a total estranheza de sentimentos. Uma pedra cobria seu coração. Queria ser chamada de "Meu Amor" , queria poder sair em saltos e sorrisos ao encontro do encontro. Mas a pálida ameaça de pensar na possibilidade foi engolfinhada pela crua realidade que a cercava.
Maria, hoje, estava cheia... cheia de tudo e de todos. Com raiva e com amor... com fraqueza e com esperança... nas típicas dubiedades das personalidades doentias.
Sentia-se doente.... e estava doente. A febre se manifestava com mais intensidade... a ponto de a fazer procurar um antitérmico. Já estava cansada de tanto tomá-los. Porque não tinha alguém que os alcançasse?...
E, sem nenhuma coerência de palavras, Maria despediu-se do PC e resolveu fazer repouso... afinal. Para curar uma Gripe nada como "Vitamina C e cama!" Acrescido de muito líquido.
O inverno não chegava... estava demorando demais... assim como tudo em sua vida.

by Miriam

terça-feira, abril 03, 2007

Um escrito antigo

Pensei em escrever, mas nada de importante vinha ao pensamento. Época de latência. Andando pelo PC, achei este texto que aqui trascrevo, com todas as palavras e datas. Creio que não foi publicado. Não sei porquê. Mas aqui vai:

Hoje estavas aqui!

Hoje te senti aqui, comigo. Ainda estou sentindo. É impressionante a realidade: cada traço, o corpo, o rosto, ... sentindo em mim. Falta-me a respiração... sinto o teu calor... impressiono-me. Fico tonta... balanço a cabeça por não estar entendendo a sensação intensa e nova. Sempre senti pensamentos. Mas assim, não. Desta forma, foi muito intenso. Digo "foi" porque estás, aos poucos, me deixando. Mas muito aos poucos.
Estou escutando a rádio que escutávamos juntos. Lembra?
As lágrimas começaram a cair ... foste embora. Enquanto estavas aqui eu estava tão bem que não senti o tempo passar. Encontro espiritual.
Agora eu que vou embora. Tenho q descansar. São 1 hora e 6 minutos do dia 15 de outubro de 2006.
Amanhã é Domingo. Outro dia.
Foi bom te encontrar, amado. Foi bom te encontrar.
beijos
E, deixando esta pérola, despeço-me.
by Miriam