sexta-feira, maio 16, 2008

Maria caminhou pelas alamedas do parque, sem saber como poderia deixar eternizado aquele momento. As imagens que via eram deslumbrantes. O perfume das flores das árvores, que estavam floridas naquela época do ano, lembravam de uma passagem biblica: "Árvores de suave perfume darão sombra à Israel". Ela se sentia como se andasse no paraíso...
Sorriu... o cansaço que estava não era de Paraíso e sim do mundo, mesmo... pois estava trabalhando demasiado.
Quando chegou em casa, resolveu dar um tempo para seu lado de "imitante de escritora"... e foi para frente do seu PC escrever alguma coisa. Seus amigos estavam a pedir. Dois deles em especial.
A noite estava calma. Nem frio, nem calor. Estava sozinha em casa. Uma noite de solidão... para quem se pensa só, por estar sem alguém fazendo companhia. Mas este não era o caso de Maria. Ela se sentia plena e tranquila. O sentimento de solidão está dentro de nós e não fora. Pois, para ela, o fato de estar só em casa era apenas uma situação temporária. Seu filho havia saído. E ela estivera a trabalhar, sem parar.
Falou com uma amiga, pelo MSN. Colocou alguns banners no ar. Agradeceu um mimo de uma amiga que fez um gesto magnífico para lhe ajudar. Pensou na vida... no futuro... mas sem sonhos nem quimeras, nem planos mirabolantes. Pensou... pois sabia-se confiante. Sem medos, sem dúvidas, sem traumas. Apenas tranquilidade.
Olhava para trás e via um passado que contribuíra, de alguma forma, para seu crescimento. Um passado onde as dores a arrastavam às lágrimas e ao triste lamentar de uma alma sofrida. Mas, na época, não sabia que tudo contribuiría para seu bem. Era falta de fé.
Olhou para o lado e viu sua inseparável amiguinha... a cachorrinha que abanava o rabinho e lhe fazia festas... queria atenção... queria brincar.
Era hora de Maria brincar, também, então.
E deixou-se levar pela casa, a correr e a sorrir...
Quem falou em solidão?...

by Miriam, num sábado à noite, outono... 2008