Olho ao lado e percebo a luminosidade da rua por entre os quadradinhos da persiana... Eis uma coisa que me deixa calma e descansada: ver, na penumbra, pequenas frestinhas de luz que teimam em entrar pela janela. Sinto-me segura... acalma meu coração. Sinto-me viva.
A noite já vai avançada e eu estou a rolar pela cama. Meus lençóis estão enrugados. Meu travesseiro acompanha a mesma situação, surfando nas ondas formadas pelos meus movimentos intermitentes, virando de um lado para o outro. Dói-me a cabeça... sinto um mal estar... percebo que o pobrito está tão amassado que se tornou endurecido... resta-me dar um sorriso e arrumá-lo...
Ponho-me a pensar... minhas mudanças de hábito, meu trabalho, minha vida... Flutuo nas nuvens do abandono, permitindo-me sonhar com um futuro promissor, onde todas as minhas fantasías se concretizam. Ando pelos campos, de mãos dadas com algum amor, sento-me ao seu lado para discorrer sobre os acontecimentos diários, escuto suas palavras a me orientar nas dificuldades que uma mulher sente ao estar sozinha a educar um filho adolescente. Permito-me a felicidade que virá... Deixo-me vaguear pelos lugares andarilhos, aqueles onde o pobre insone sempre anda, a contar ovelhinhas para entregar-se ao descanso. Sonho com cachoeiras no verão e uma lareira no inverno... Junto a família em uma festa agradável... resolvo todos os problemas de uma só vez. Termino o layout que tinha de terminar mas encontrei dificuldades... Vou ao médico pedir um remédio para a dor.... faço exames na semana que vem...
E, assim, vou cumprindo todas as minhas tarefas, para que possa me sentir completamente realizada... mas o sono não vem.
Olho novamente para os raios da lua cheia, que entram e se infiltram no quarto, mostrando cada detalhe dos moveis e sua localização... E, sem notar, começo a cantar uma melodia...
Ela surgiu na minha cabeça... e, aos poucos, ela vai tomando forma e sendo balbuciada, murmurada... em minha mente, instrumentos começam a harmonia... cada um em seu tempo... no seu tom, em seu espaço. Junto à eles a minha voz interior... e outras vozes, que se complementam. Um back vocal, perfeito, une-se a tudo e o coral está formado. Mas suave, como o momento exige...
Meus olhos vão fechando. Pausadamente. Nem dou-me conta...
A canção continua... o sono aponta na porta do quarto e diz que quer entrar... Mal me apercebo que ele se aproximou e está tomando conta de mim. Meu corpo sente o relaxamento que a melodia impôs. Meus braços, minhas pernas... nem me lembro do lençol que está amassado...
Não sinto mais dor. A melodia continua, sempre suave e calma... e eu a cantar...
e eu a cantar...
e eu a...
e eu ...
e...
...
Ponho-me a pensar... minhas mudanças de hábito, meu trabalho, minha vida... Flutuo nas nuvens do abandono, permitindo-me sonhar com um futuro promissor, onde todas as minhas fantasías se concretizam. Ando pelos campos, de mãos dadas com algum amor, sento-me ao seu lado para discorrer sobre os acontecimentos diários, escuto suas palavras a me orientar nas dificuldades que uma mulher sente ao estar sozinha a educar um filho adolescente. Permito-me a felicidade que virá... Deixo-me vaguear pelos lugares andarilhos, aqueles onde o pobre insone sempre anda, a contar ovelhinhas para entregar-se ao descanso. Sonho com cachoeiras no verão e uma lareira no inverno... Junto a família em uma festa agradável... resolvo todos os problemas de uma só vez. Termino o layout que tinha de terminar mas encontrei dificuldades... Vou ao médico pedir um remédio para a dor.... faço exames na semana que vem...
E, assim, vou cumprindo todas as minhas tarefas, para que possa me sentir completamente realizada... mas o sono não vem.
Olho novamente para os raios da lua cheia, que entram e se infiltram no quarto, mostrando cada detalhe dos moveis e sua localização... E, sem notar, começo a cantar uma melodia...
Ela surgiu na minha cabeça... e, aos poucos, ela vai tomando forma e sendo balbuciada, murmurada... em minha mente, instrumentos começam a harmonia... cada um em seu tempo... no seu tom, em seu espaço. Junto à eles a minha voz interior... e outras vozes, que se complementam. Um back vocal, perfeito, une-se a tudo e o coral está formado. Mas suave, como o momento exige...
Meus olhos vão fechando. Pausadamente. Nem dou-me conta...
A canção continua... o sono aponta na porta do quarto e diz que quer entrar... Mal me apercebo que ele se aproximou e está tomando conta de mim. Meu corpo sente o relaxamento que a melodia impôs. Meus braços, minhas pernas... nem me lembro do lençol que está amassado...
Não sinto mais dor. A melodia continua, sempre suave e calma... e eu a cantar...
e eu a cantar...
e eu a...
e eu ...
e...
...
by Miriam, em texto... não mais poesia.