quinta-feira, julho 19, 2007

Insônia

Imagem tirada da net -(insonia de jfmarq)

Olho ao lado e percebo a luminosidade da rua por entre os quadradinhos da persiana... Eis uma coisa que me deixa calma e descansada: ver, na penumbra, pequenas frestinhas de luz que teimam em entrar pela janela. Sinto-me segura... acalma meu coração. Sinto-me viva.
A noite já vai avançada e eu estou a rolar pela cama. Meus lençóis estão enrugados. Meu travesseiro acompanha a mesma situação, surfando nas ondas formadas pelos meus movimentos intermitentes, virando de um lado para o outro. Dói-me a cabeça... sinto um mal estar... percebo que o pobrito está tão amassado que se tornou endurecido... resta-me dar um sorriso e arrumá-lo...
Ponho-me a pensar... minhas mudanças de hábito, meu trabalho, minha vida... Flutuo nas nuvens do abandono, permitindo-me sonhar com um futuro promissor, onde todas as minhas fantasías se concretizam. Ando pelos campos, de mãos dadas com algum amor, sento-me ao seu lado para discorrer sobre os acontecimentos diários, escuto suas palavras a me orientar nas dificuldades que uma mulher sente ao estar sozinha a educar um filho adolescente. Permito-me a felicidade que virá... Deixo-me vaguear pelos lugares andarilhos, aqueles onde o pobre insone sempre anda, a contar ovelhinhas para entregar-se ao descanso. Sonho com cachoeiras no verão e uma lareira no inverno... Junto a família em uma festa agradável... resolvo todos os problemas de uma só vez. Termino o layout que tinha de terminar mas encontrei dificuldades... Vou ao médico pedir um remédio para a dor.... faço exames na semana que vem...
E, assim, vou cumprindo todas as minhas tarefas, para que possa me sentir completamente realizada... mas o sono não vem.
Olho novamente para os raios da lua cheia, que entram e se infiltram no quarto, mostrando cada detalhe dos moveis e sua localização... E, sem notar, começo a cantar uma melodia...
Ela surgiu na minha cabeça... e, aos poucos, ela vai tomando forma e sendo balbuciada, murmurada... em minha mente, instrumentos começam a harmonia... cada um em seu tempo... no seu tom, em seu espaço. Junto à eles a minha voz interior... e outras vozes, que se complementam. Um back vocal, perfeito, une-se a tudo e o coral está formado. Mas suave, como o momento exige...
Meus olhos vão fechando. Pausadamente. Nem dou-me conta...
A canção continua... o sono aponta na porta do quarto e diz que quer entrar... Mal me apercebo que ele se aproximou e está tomando conta de mim. Meu corpo sente o relaxamento que a melodia impôs. Meus braços, minhas pernas... nem me lembro do lençol que está amassado...
Não sinto mais dor. A melodia continua, sempre suave e calma... e eu a cantar...
e eu a cantar...
e eu a...
e eu ...
e...
...

by Miriam, em texto... não mais poesia.

Insônia

À espera do amanhecer
deito minha cabeça ao léu
e flutuo nas nuvens do abandono.

Discorro traçados de vida
e mudanças de hábito.
Fecho cadeias e abro horizontes.

Meus sonhos lançam-se
às amarras da plenitude
e esvoaçam por entre as horas

Mudo de posição...
viro-me..
quero dormir...

Uma melodia suave
invade meus pensamentos...
quedo-me a balbuciá-la...

Murmurando, em calma,
cerro meus olhos, lentamente...
o descanso esperado chegou.

by Miriam, descansado do trabalho e da dor de cabeça.

quarta-feira, julho 11, 2007

Uma poesia a duas mãos

Ontem foi publicada no Madrugada, Blog do meu amigo Luis Mendes, uma poesia que fizemos juntos.
Luis, mui delicadamente e com a gentileza que lhe é peculiar, convidou-me a fazer uma poesia juntos. Eu, embora tenha dito e saiba que não tenho inspiração para poemas, aceitei o desafio. Fizemos uma primeira, que publicarei mais tarde, e depois esta segunda. Mas a minha contribuição foi muito modesta. Apenas duas estrofes. Deixo os méritos da poesia para meu amigo.
Grata, Luis. Obrigada por, na tua desinteressada amizade, me considerares capaz de te fazer par em uma criação, com a qual inauguraste uma nova etapa do teu Blog.
Eis, aqui, a poesia:


O RECANTO

A noite é a minha frágil presença.
No meu peito reside a dor;
aquando as minhas mãos vazias
se fecham.

Uma cálida melodia
envolta em penumbra e arte
enlouquece minha mente
na lembrança do que já foi.

E nada me impede
que nesta lúcida
resistência,
eu perpetue a minha voz
enaltecendo dúbias madrugadas.

Mas hoje, na noite infinda
onde rumo pelos prados da insónia,
busco o teu corpo entre os lençois,
e sufoco um grito de paixão.

Pois tudo mudou nos recantos
das brisas que não trazem a incálculavel
presença do conceito de amor.

Devolve- me por inteiro
a esperança de te amar
sem dor.

Quero viver
as minhas noites
no recanto...

do amor.


by Miriam

domingo, julho 08, 2007

Mais um dia de Maria

Já passava da meia-noite. Maria estava cansada. Embora não tivesse trabalhado, após às 6 horas da tarde, estava estudando. Suas aulas estavam atrasadas. Como muitas outras coisas... Pois não conseguia tomar a devida conta de tudo. Mas, aos poucos, faria seu dever.
A chuva lá fora caia sem descanso. O Inverno era implacável nestes dias nos quais preferimos ficar quietos em casa.
Estava na hora de apagar o PC e descansar. Ainda estava a escutar suas músicas. Elas lhe acalmavam.
Maria olhou para o lado. Sua cachorrinha já brincava... estivera com uma imensa dor de ouvido. Medicada, tomara conta do colo de Maria até se sentir mais forte e sem dor. Agora, com sua saúde melhorada, estava a correr pela casa.
Assim somos nós... Quantas e quantas vezes pensamos que não vamos aguentar de tanta dor. Quantas vezes somos obrigados a nos escondermos do tempo, da chuva, do inverno, porque nossa dor parece não ter fim? Quantas vezes nos sentimos incapacitados a seguir, tomando o momento por uma insuperável barreira? E, com o remédio na mão, Deus nos mostra que ELE pode mudar a dor em alegria. A barreira em estrada plana. A chuva em um belo dia de sol.
Maria já sofrera muitas "dores de ouvido" e seu Deus aplacara a dor com o remédio certo, na hora certa. Só fora preciso confiar. E se entregar.
Por isto que Maria sempre se viu feliz, embora tantas tribulações. Porque, as tristezas, sabia-as momentâneas e superadas, mesmo sem a noção do tempo exato da cura.
...Estavam começando novos raios e trovões.
Era tempo de desligar o PC.
Era tempo de adormecer.
Maria assim fez. Amanhã seria mais um dia de trabalho e estudo. Amanhã seria mais um dia feliz.

by Miriam - (está na hora).

quarta-feira, julho 04, 2007

Desculpem-me a ausência

Hoje me dei um tempo.. pouco. Uns 15 a 20 minutos de descanso, para poder entrar aqui e falar com meus amigos , que tão gentilmente me visitam e deixam comentários.
Nestas últimas semanas meu trabalho aumentou - com a graça de Deus - e estou completamente sem tempo para visitar os Blogs e retribuir as palavras tão amáveis que me deixam.
É do conhecimento de todos o tempo que gastamos quando pulamos de janela em janela, de Blog em Blog, a ler maravilhas (porque em todos que eu visito só vejo posts magníficos). Gostamos. Paramos. Analisamos. Relemos... Nos colocamos em concentração e fazemos uma análise do que lemos. Esta análise se baseia em imagens, palavras... silêncio... espaços em branco... espaços preenchidos. Só assim conseguimos fazer um comentário que seja adequado ao post que estamos lendo no momento. E, sim, isto leva tempo.
Um minuto que deixo de trabalhar estou perdendo dinheiro. Não posso me dar o prazer de viajar com vocês. E jamais murmuraría contra isto. Porque trabalho é uma benção de Deus.
Peço, então, que vocês me entendam. Entendam que eu não os visito, mas estou com saudades. Não comento, mas as palavras que digo para todos estão borbulhando, querendo sair e se postar nos comentários dos posts feitos a cada dia. Não viajo pelas janelas, mas meus olhos sonham em estar em cada cantinho onde eu os encontro. Porque a saudade é imensa.
Prometo que assim que puder estarei com vocês. Deixando minha amizade, meu amor, meu carinho. Porque é assim que me sinto em relação a todos.
Deus os abençoe.
Beijos
Miriam

by Miriam, num intervalo. Saudades.