terça-feira, junho 05, 2007

O descanso de Maria

Sentou-se, após o almoço, a tomar seu cafezinho. Era um momento de raro prazer. Um ritual que se repetia à cada dia. No verão, para despertar, em virtude da "moleza" que o calor provoca. No inverno, o calor da xícara, entre as mãos, aconchegava e permitia uma agradável sensação de proteção contra o rigor do clima.
Lentamente, numa quase sonolência, se permitiu encostar a cabeça e fechar seus olhos. E lembrou de seus amigos blogueiros.. sorriu. Eram especiais.
Maria, em seus raros momentos de descontração e descanso, perambulava pelos mundos, pulava horizontes, chegava em lugares que queria e/ou lhe chegavam ao acaso... E , num destes lugares, viu respostas para cada um de seus posts, e outros posts, em forma de poesias. Viu poetas que, embora séculos atrás, haviam vivenciado os mesmos fatos. E percebeu a razão. O Homem, em sua essência, é igual. Sofre as mesmas dores, vive os mesmos sentimentos.
Num gesto de compreensão, porque nada acontece na nossa vida ao acaso, e porque todo sentimento fica de uma forma ou de outra, entendeu que era preciso esperar. Esperar para que a poesia falasse toda a verdade da vida... esperar para que o texto demonstrasse fatos acontecidos e fatos que ainda estão por acontecer...
Muitos amigos foram conquistados. Muitas pessoas olharam em seus olhos... muitos meses se passaram... E, por tantos "muitos", a certeza de que está perto do encontro... aquele encontro que faz superar tudo que passou... de forma que fique na lembrança apenas os fatos agradáveis. De forma que novos caminhos, novos horizontes, mãos nunca tocadas, nunca vislumbradas, neste tempo passado, estarão carregando rosas para lhe entregar. E que o perfume que exalarão, inundará vidas e tempo, na completa manifestação do amor.

by Miriam, numa tarde fria de outono, com o sol a aquecer seu coração.

5 comentários:

Páginas Soltas disse...

Mais uma narrativa da bela Maria e do seu quotidiano...tão bem narrado pela tua magnifica escrita!

As tuas palavras são de ouro....perfumadas em jasmim!

Beijinhos minha querida.

Maria

Anônimo disse...

(...)

Hoje um poema!
Decerto não poderei levar-lhe rosas...
Nem é de mim que aguarda poesias!

Seja como for, transcrevo de Miguel Torga,

PARÁBOLA

"No silêncio do parque abandonado
O repuxo prossegue a sua luta;
É um desejar alado
A sair duma gruta.

Ergue-se a pino no céu como uma lança;
Ergue-se a pino, e sobe na ilusão;
Até que flor do ímpeto se cansa
E cai morta no chão.

Mas a raíz do sonho não desiste;
Subir, subir ao céu alto e fechado!
E o repuxo persiste
Na solidão do parque abandonado."

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Seja Verão, seja Inverno...
Que "Maria", entre o imaginário ou real onde se mova, persista sempre, acredite e alcance o seu sonho.
Seja como for, a mais bela rosa será sempre a(s) que guarde no seu coração.

Sempre gostosas de ler estas belas palavras.

Com carinho,
Beijinhos,
MJ

Madalena disse...

Há perfumes que nos preenchem por completo. :)*

Anônimo disse...

É tão bom sair daqui satisfeito.

Anônimo disse...

Ha odores e sabores que preenchem a vida, belo texto num escrita suave e bela...

Meu doce beijo e meu rastoooo