sábado, maio 05, 2007

Um sábado de Maria

Resolvera ficar sem fazer nada. Queria descansar. Andava cansada demais. Trabalhava demais. Uma lástima que não ganhava da mesma forma. Mas isto é evidente no país onde mora.
Embora trabalhando demais, sobrou um tempinho para pensar... e pensar...
Chegou à conclusão de que estava superando seu sofrimento. Por mais que ainda lembrasse dele, não era mais a mesma coisa. Havia se dado conta, porque passara por uma situação muito difícil naquela semana... e chorara a falta do seu amor, que tanta força sempre lhe dera... mas não era mais com a mesma intensidade...
Seu sentimento estava se diluindo nas dores da ausência. Seu amor estava flutuando sobre o tempo, que não lhe dera nenhuma resposta. E se afastava com a brisa da desilusão. Calmamente... sem, sequer, notar a distância que estava tomando...
Baixando a cabeça, deixa a derradeira lágrima cair... a lágrima por ter perdido o sentimento... não mais o grande amor de sua vida, não mais a pessoa. Lamentava, profundamente, a perda de um amor tão intenso, que não pudera dedicar... que não conseguira entregar. Lamentava por não sentir mais... tão forte... Lamentava pela aridez que seu coração tomara neste ano todo...
Sim. Em maio... em maio de 2006 perdera seu amor.
Há um ano.... aniversário de um ano de perda... um ano de lágrimas e de incompreensão dos fatos, que até hoje ainda não entendera... ainda não conseguira as respostas.
Mas... como sempre diz... tudo na vida passa. E o sentimento intenso, forte, profundo... que completava seu íntimo, estava se esvaindo no tempo e no espaço. Deixando-a seca e sem esperança de viver outro sentimento assim. Acabara. Fim. E pronto.
Olhou para cima... e viu estrelas no céu, pela vidraça. A chuva que caira torrencialmente todo o dia estava se afastando. E, no céu, começava a aparecer o brilho da lua.
Maria sabia que tinha que continuar a viver... e que continuaría. Mas também sabia que não amaria mais da mesma forma...
Diria mais uma vez o nome dele... Gritaría com o coração as cinco letras... Quem sabe, pela última vez, ele escutasse este grito do coração e impedisse o fim do amor...
Mas ... riu-se do pensamento... Sabia que este fim era o seu desejo há mais de um ano. E que a sua derrota era a vitória que ele sempre sonhara alcançar.

by Miriam, num sábado à noite. Mas numa Noite de Outuno.


3 comentários:

Anônimo disse...

Olá Mariam
Aqui é sabado sim (hoje é domingo) mas é Primavera.
Cada vez é mais dificil comentar porque tu nos deixas a pensar... mas gostei do que li.

**beijos**

Luis Mendes disse...

Obrigado Miriam,

adorei o seu comentario no meu blog.

Continue a escrever com essa força,
porque dela só obtenho boa energia.

Bem haja.

文章 disse...
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